Inevitável sentir um déjà vu ao começar a assistir este filme. Acompanhar pela TV pronunciamentos oficiais anunciando toque de recolher, fechamento de estabelecimentos comerciais, evacuação de áreas urbanas, corrida aos mercados soa bastante próximo ao que o mundo passou recentemente. Mas aqui, a situação é pior: o vírus que ameaça a humanidade causa uma espécie de “raiva humana” e transforma os infectados, quase que imediatamente, em zumbis (apesar de, salvo engano, a palavra não ser citada durante a exibição).
É nesse cenário que o advogado Manel e seu gato Lúculo tentam rumar para as Ilhas Canárias, onde o exército espanhol teria montado um refúgio imune aos infectados. Mas sua jornada não será tão simples.
O cinema espanhol tem sido prodígio, nas últimas décadas, na produção de filmes de suspense cheios de reviravoltas. Veja-se El Cuerpo, Um Contratempo e As Linhas Tortas de Deus. A realização de um filme-catástrofe não chega a espantar, mas foi uma baita surpresa, ainda mais com tamanho esmero técnico e visual.
A opção em focar na luta pela vida de apenas um personagem foi acertada, mostrando sua aflição em manter-se vivo não apenas pela ameaça do vírus, mas na obtenção de comida e na incerteza sobre o salvamento de seus familiares próximos.
Outra escolha certeira foi a falta de informação sobre a doença. Não há uma busca pela cura, apenas pela sobrevivência, afinal, o fim parece próximo.
Baseado no primeiro exemplar de uma trilogia de livros, escrita por Manel Loureiro, é bem provável que as sequências sejam igualmente transpostas para as telas. E serão muito bem-vindas!
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