Nessa segunda matéria feita com base em entrevista com o futuro prefeito de Patrocínio Paulista, Mário Marcelo (PSD), o assunto é um dos principais alvos das reclamações da população, a Saúde, que é também um dos gargalos mais gritantes da administração municipal. Mistura-se a esse contexto a situação da Santa Casa de Misericórdia, alvo de uma intervenção do Ministério Público, contratada para o atendimento de Urgência e Emergência, inclusive do Samu. Mário Marcelo assume que há problemas tanto no serviço terceirizado quanto no oferecido pelo município. E promete atuar nas duas frentes. Ele diz que manterá a divisão atual, com os atendimentos eletivos realizados pelas unidades municipais, mas promete criar um plano de carreira para que os profissionais queiram ficar na cidade e que haverá uma cobrança maior para que os serviços oferecidos pelas Santa Casa sejam realizados de forma eficiente. Como foi publicado anteriormente, Mário Marcelo diz ter conseguido duas ambulâncias para a Santa Casa e uma van para a prefeitura levar pacientes que fazem tratamento em outras cidades. Confira os pontos tratados

Profissionais de fora

"A gente vai tentar trazer médicos que a gente possa fazer eles ficarem por aqui"

O primeiro ponto apontado pelo futuro prefeito é atrair médicos de fora, devido à carência de profissionais na cidade. “Nós vamos tentar fazer com que a gente consiga trazer funcionários de fora, porque médico em Patrocínio são só os mais antigos”. Ele tem ideia, no entanto, que atrair tais médicos não será tarefa fácil. “A gente vai tentar trazer médicos que a gente possa fazer eles ficarem por aqui. Mesmo com salário alto, o que acontece muito é que talvez o salário não é compatível com o que eles queiram ganhar. O que está acontecendo é que lá fora eles pagam mais. Mas eu não posso pagar mais.”

Plano de Carreira

"O que está acontecendo no caso do efetivo é que entra um médico agora e ele vai ganhar a mesma coisa de um médico que está lá há anos"

Como solução, ele pretende criar um plano de carreira, que faria com que houvesse perspectiva, de um lado, de arrecadação e pagamento por parte da Prefeitura, e de outro, profissional por parte dos médicos e demais servidores. “Eu vou tentar mudar, porque o que está acontecendo no caso do efetivo é que entra um médico agora e ele vai ganhar a mesma coisa de um médico que está lá há anos. Eu vou tentar criar um plano de carreira, não só para o médico, mas para todos os funcionários, porque o cara começa com R$ 12 mil, todo ano vai aumentando, aquela coisa (reajuste salarial), mas o cara que está há 10 anos, chega um determinado momento que ele quer sair porque tem estabilidade, mas não tem aumento (real) de salário. Então eu vou tentar fazer o plano de carreira. Acho que isso vai ajudar.”

Santa Casa

"Eu vou continuar mandando o recurso que é mandado todo mês, vai ter um aumento do recurso. Nós vamos manter a urgência e emergência, 24 horas, lá na Santa Casa"

Mário Marcelo ressalta a separação entre Prefeitura e Santa Casa, diz que manterá os atendimentos como são hoje e que é preciso esperar a decisão do Ministério Público em relação à intervenção da Santa Casa, que vence na próxima terça-feira. “A Santa Casa está sob intervenção até agora no dia 31, porém está na mão do promotor continuar ou não. Eu vou continuar mandando o recurso que é mandado todo mês, vai ter um aumento do recurso. Nós vamos manter a urgência e emergência, 24 horas, lá na Santa Casa. O papel da Prefeitura vai ser esse: Urgência e Emergência. Os eletivos serão nas unidades básicas de saúde, que seriam o ESF e Centro de Especialidades, das 7 horas às 17 horas.”

Samu

"Quem tiver de plantão vai estar com o celular. O celular tem que ficar na base, dentro do Samu"

Alvo de reclamações, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) terá uma cobrança maior por parte da Prefeitura, segundo Mário Marcelo. Ele diz que não sabe ao certo o motivo das ligações não serem atendidas, mas que oferecerá outra linha de telefone móvel para tentar solucionar o problema. “O Samu continua com a Santa Casa, 24 horas. Isso eu preciso melhorar. A gente vai disponibilizar outro telefone. Vai ter um telefone e celular, mas vai ser um telefone que funcione. Esse celular vai ficar com o pessoal do Samu. Quem tiver de plantão vai estar com o celular. O celular tem que ficar na base, dentro do Samu. Hoje é o seguinte: o pessoal está reclamando que depois das 19 não está atendendo. Eu vi isso no Facebook. Para ser sincero, eu não sei o que está acontecendo hoje. Eu só sei que vou mudar.”

Caso o problema continue, ele pressionará para que o contrato seja cumprido. “Eu não sei se os funcionários não estão trabalhando ou o que está acontecendo. Quando eu começar que eu vou saber e será cobrado. A partir de agora, as pessoas vão ser notificadas. Se não atenderem, a responsabilidade total vai ser deles. A Prefeitura faz o pagamento do Samu. Então, a Prefeitura tem que cobrar. Acho que é essa falta de cobrança. A cobrança vai ser em cima da Santa Casa, porque o pagamento vai para a Santa Casa. Os serviços, tanto urgência e emergência quanto o Samu, todos serão cobrados.”