Logo de cara, percebemos que não se trata de uma animação tradicional: foi realizada em 2D, à moda antiga, com a participação de mais de sessenta desenhistas que se debruçaram sobre lápis e papel para criar esta emocionante fábula sobre o amadurecimento.
O enredo conta a trajetória de Mahito, que perde sua mãe aos 12 anos de idade, durante o incêndio de um hospital durante a Segunda Guerra Mundial. Na sequência, seu pai se casa com a cunhada mais nova e ambos se mudam para uma propriedade rural no interior do Japão. Ainda lidando com o luto por sua mãe e sozinho, já que o pai passa seus dias trabalhando em uma fábrica de peças bélicas para o exército nipônico, Mahito recebe constantes visitas de uma garça, que tenta levá-lo para o interior de uma torre abandonada construída por seu antepassado na propriedade da família. Relutante no início, vê-se coagido a aceitar a proposta da ave após o desaparecimento de sua madrasta.
Neste momento, acompanhamos o garoto em uma viagem fantástica para um mundo mágico, atemporal e cheio de simbolismos.
O diretor Hayao Miyazaki, considerado o grande mestre da animação japonesa, deixou sua planejada aposentadoria depois de um hiato de dez anos para o lançamento desta bela e complexa obra, quase autobiográfica.
Apesar de ser uma animação, não é destinada ao público infantil, longe, outrossim, de ser proibida às crianças. Os adultos aproveitarão com olhos mais maduros as imagens produzidas e toda a angústia do órfão durante sua jornada ao fantástico mundo no interior da torre.
No final, não há o aprendizado de nenhuma lição de moral, como comumente acontece nas animações tradicionais, mas é lançada ao ar uma reflexão para que possamos responder à pergunta que dá o título original ao filme, que, em tradução livre, significa “Como Você Vive?”
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