Alvo de um ataque cibernético na última quinta-feira, a Routeway, empresa provedora de Internet com sede em Patrocínio Paulista, anunciou investimento de mais de R$ 100 mil para evitar e amenizar problemas como os ocorridos na semana passada. Segundo Lucimário Ribeiro, diretor da empresa, foi adquirido um novo equipamento, mais robusto, para colocar na rede com proteção, além de mudança em alguns protocolos de autenticação dos clientes. Foi implementado também um controle mais rigoroso na borda, que é o roteador principal que faz interligação com as operadoras, e um monitoramento mais efetivo para detectar possíveis problemas. “A gente está trabalhando. Já estamos fazendo investimentos. Hoje (a última sexta-feira) a gente fecha o negócio já com fornecedor para colocar esse novo equipamento na rede. Na próxima semana, no máximo, a gente já tá como tudo reorganizado pra minimizar esse transtorno”, disse o diretor na última sexta-feira.
Ele explica que o problema foi um ataque de navegação de serviço distribuído, o DDoS, que tem como objetivo justamente tirar o serviço de internet do ar com um excesso de demanda pelo serviço, o que faz com que ele não consiga ser oferecido aos clientes. Ele faz uma analogia com uma praça de pedágio para explicar o que aconteceu. Segundo ele, é como se liberassem um grande fluxo de carro, como na véspera de um feriado prolongado, por exemplo, travando a praça de pedágio e o tráfego no local. Ainda na analogia com a praça de pedágio, ele pontua que, com as mudanças, é como se fosse possível abrir novas cabines, mantendo o tráfego. “Cem por cento não tem como ficar, mas tem como minimizar o prejuízo. Você vai receber o ataque, a rede vai ficar lenta ali, mas vai funcionar e não vai ficar totalmente offline, como foi o caso”.
Gráfico mostra volume do ataque na última quinta-feira
Lucimário diz que essa prática era comum no passado e voltou a acontecer agora. A Routeway já havia sido alvo de um ataque do tipo em 2012, quando ficou por cerca de quatro dias sofrendo ataques curtos, mas em vários períodos do dia. Ele pontua ainda que até mesmo empresas de maior porte sofrem com esse problema. “Por dinheiro nenhum você consegue ficar imune. Operadoras grandes também sofre com isso. A Algar, em Franca, sofre muito com esses ataques. Outras operadoras também sofrem com isso.”
Pesquisas feitas por grandes empresas da área apontam o aumento desses ataques, principalmente em provedores e órgãos de governo. Um relatório da holding de telecom norte-americana Zayo Group aponta que o primeiro semestre do ano passado registrou uma alta de 106% nos ataques DDoS em relação ao mesmo período do ano passado. Ainda de acordo com o relatório da Zayo, as empresas de telecomunicações ainda são o setor mais visado, com 57% de todos os ataques.
Com um percentual menor, mas ainda sim alto, a Nescout Systems divulgou os resultados de seu Relatório de Inteligência de Ameaças DDoS 2024.1, do primeiro semestre de 2024, indicando um aumento de 43% no número de ataques de nível de aplicação e aumento de 30% nos ataques volumétricos.
A Routway sofreu um ataque na última quinta-feira, atingindo todos seus clientes em Patrocínio Paulista, Franca, Itirapuã e Ribeirão Corrente. O ataque começou por volta das 9 horas, sendo que o serviço voltou a ser reestabelecido no início da tarde, sendo que às 15 horas de sexta, 80% dos assinantes já estavam com os serviços normalizados, segundo a empresa. À noite já estava com 100% dos assinantes com o serviço reestabilizado.
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