Sabe aquele vídeo que aparece do nada e faz você esquecer o que estava fazendo? Pois é, me deparei com um desses esta semana. O título já era o suficiente pra capturar minha atenção: "Criança de 5 anos é expulsa de duas escolas em Belém.” Com um título desses, claro que dei o play. O narrador começou com um tom irônico: “Imagina o que uma criança de CINCO ANOS precisa fazer pra ser expulsa de DUAS escolas!” Já ri de cara. Era como se o menino fosse uma espécie de mini-Hannibal Lecter versão pré-escolar. A primeira expulsão? O garoto, sem pestanejar, conseguiu quebrar a cabeça de um coleguinha. Não me pergunte como. Tudo que sei é que, depois disso, a diretora chamou os pais, entregou o menino com um suspiro profundo e, mentalmente, deve ter colado na testa dele um bilhete invisível: “Deus abençoe quem vier depois de mim.”
Segunda tentativa, nova escola. E o menino? Ah, ele resolveu brilhar. No recreio, fazia o parque virar um episódio de Missão Impossível. Sumia no meio das árvores, enquanto a equipe de busca (Cia/ as tias da cantina) quase chamava os bombeiros. Não bastasse isso, o pequeno resolveu inovar. No meio do pátio, entre risadas e crianças aterrorizadas, tirava a roupa. Sim, um nudista mirim. A diretora, coitada, não aguentou muito e, novamente, os pais foram convocados. Dessa vez, a ameaça foi séria: “Se você aprontar de novo, vai pra um internato.” Imagina o peso disso pra um menino de 5 anos? Já dava pra ver o garoto tendo pesadelos com malas, despedidas e uma escola num castelo gótico cheio de regras.
Chegamos, então, à terceira escola. A última esperança. E foi lá que ele conheceu alguém que faria toda a diferença: uma professora jovem, cheia de energia, com aquele olhar que não enxerga problemas, mas possibilidades. Enquanto todo mundo via um “pestinha”, ela viu uma criança com um brilho diferente. E foi aí que o jogo virou. Ela percebeu que o garoto gostava de ler. E não perdeu tempo: toda vez que precisava de alguém pra ler na frente da turma, chamava ele. Enquanto isso o menino se iluminava! Ficava tão feliz que parecia o William Bonner apresentando o Jornal Nacional. E não é que deu certo? Ele ficou. Não foi expulso. Encontrou seu lugar. Mas o melhor ainda estava por vir. Aquele menino terrível dos anos 60, em Belém do Pará, cresceu. Hoje, é apresentador de telejornal, tem 61 anos, e só aos 54 descobriu que tinha TDAH. Sabe o que ele nunca esqueceu? Aquela professora que decidiu acreditar nele quando ninguém mais acreditava. Moral da história? Às vezes, tudo que alguém precisa é de um olhar diferente. Porque, veja só: aquele menino que subia em árvores e fazia bagunça virou um jornalista reconhecido. Quem diria, hein? O menino expulso venceu. E a professora? Ah, ela foi eternizada como a melhor professora da história na vida de um aluno.
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