Educação Crônica

O menino que deu nó na pré-escola

26/01/2025 00h00 Atualizada há 2 semanas
Por: Redação
O menino que deu nó na pré-escola

Sabe aquele vídeo que aparece do nada e faz você esquecer o que estava fazendo? Pois é, me deparei com um desses esta semana. O título já era o suficiente pra capturar minha atenção: "Criança de 5 anos é expulsa de duas escolas em Belém.” Com um título desses, claro que dei o play. O narrador começou com um tom irônico: “Imagina o que uma criança de CINCO ANOS precisa fazer pra ser expulsa de DUAS escolas!” Já ri de cara. Era como se o menino fosse uma espécie de mini-Hannibal Lecter versão pré-escolar. A primeira expulsão? O garoto, sem pestanejar, conseguiu quebrar a cabeça de um coleguinha. Não me pergunte como. Tudo que sei é que, depois disso, a diretora chamou os pais, entregou o menino com um suspiro profundo e, mentalmente, deve ter colado na testa dele um bilhete invisível: “Deus abençoe quem vier depois de mim.”

Segunda tentativa, nova escola. E o menino? Ah, ele resolveu brilhar. No recreio, fazia o parque virar um episódio de Missão Impossível. Sumia no meio das árvores, enquanto a equipe de busca (Cia/ as tias da cantina) quase chamava os bombeiros. Não bastasse isso, o pequeno resolveu inovar. No meio do pátio, entre risadas e crianças aterrorizadas, tirava a roupa. Sim, um nudista mirim. A diretora, coitada, não aguentou muito e, novamente, os pais foram convocados. Dessa vez, a ameaça foi séria: “Se você aprontar de novo, vai pra um internato.” Imagina o peso disso pra um menino de 5 anos? Já dava pra ver o garoto tendo pesadelos com malas, despedidas e uma escola num castelo gótico cheio de regras.

Chegamos, então, à terceira escola. A última esperança. E foi lá que ele conheceu alguém que faria toda a diferença: uma professora jovem, cheia de energia, com aquele olhar que não enxerga problemas, mas possibilidades. Enquanto todo mundo via um “pestinha”, ela viu uma criança com um brilho diferente. E foi aí que o jogo virou. Ela percebeu que o garoto gostava de ler. E não perdeu tempo: toda vez que precisava de alguém pra ler na frente da turma, chamava ele. Enquanto isso o menino se iluminava! Ficava tão feliz que parecia o William Bonner apresentando o Jornal Nacional. E não é que deu certo? Ele ficou. Não foi expulso. Encontrou seu lugar. Mas o melhor ainda estava por vir. Aquele menino terrível dos anos 60, em Belém do Pará, cresceu. Hoje, é apresentador de telejornal, tem 61 anos, e só aos 54 descobriu que tinha TDAH. Sabe o que ele nunca esqueceu? Aquela professora que decidiu acreditar nele quando ninguém mais acreditava. Moral da história? Às vezes, tudo que alguém precisa é de um olhar diferente. Porque, veja só: aquele menino que subia em árvores e fazia bagunça virou um jornalista reconhecido. Quem diria, hein? O menino expulso venceu. E a professora? Ah, ela foi eternizada como a melhor professora da história na vida de um aluno.

6 comentários
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Adriana CorreaHá 2 semanas Patrocínio Paulista/SPParabéns Ana! Estou amando seus textos!
Gislene Pereira Goulart Há 2 semanas Patrocínio PaulistaParabéns Ana!!! Sucesso!!!
ANA FLAVIA CORREA RIBEIRO SPINELLIHá 2 semanas Patrocínio PaulistaQue lindo Ana , continue a nos brindar com seu conhecimento . Ótimo texto para reflexão nesta semana de planejamento.
Josianne BianchiniHá 2 semanas FrancaMuuuuito bom!!!! Como sempre, tudo que realiza é com excelência e dedicação…perfeito, continue escrevendo!!!!!!!
Ana Maria Ferreira MartinsHá 2 semanas PATROCINIO PAULISTAOlá! Muita gente tem me perguntado no privado quem seria esse apresentador. Ele é jornalista e apresentador de uma afiliada da Rede Globo, responsável por um telejornal local na região Norte do país. Ele narrou sua história por meio de um vídeo que retrata sua jornada, indo do fracasso ao sucesso em um determinado período de sua vida!
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Ana Martins
Sobre Ana Martins
Natural de Uberaba, Ana Martins mora há 39 anos em Patrocínio Paulista. Casada, mãe de dois filhos, é formada em Licenciatura em Ciências da Natureza, Matemática e Química, pela Universidade de Franca (Unifran), e em Pedagogia pela Universidade de Uberaba (Uniube), com pós-graduação em Didática também pela Unifran e em Gestão Escolar pela USP. Já atuou como professora de Educação Básica I e II, coordenadora pedagógica, vice-diretora escolar, diretora escolar e supervisora de ensino, estando à frente da Secretaria de Educação de Patrocínio entre 2021 e 2024. Atualmente atua como Consultora em Gestão Pública na área de Educação.
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