Para muitas mulheres, a maternidade é um sonho. Uma criança na família para amar, cuidar, ensinar, dar continuidade à geração, enchê-la de mimos, que traz alegria e realização pessoal.
No entanto, não é esse cenário de flores que é mostrado nesta produção, baseada no livro homônimo de Rachel Yoder.
O enredo nos apresenta a uma mãe que deixou uma bem sucedida carreira profissional em prol do sonho da maternidade. Desde as dores do parto, a ausência do marido, constantemente envolvido em viagens profissionais e as noites de insônia até as insuportáveis reuniões com outras mães em rodas de cantigas infantis, com as quais teria a obrigação de interagir, tudo são problemas.
Afinal, valeu a pena abrir mão da própria vida em favor da experiência materna?
Essa transformação é mostrada de maneira ácida e mordaz. Quando confrontada por outras pessoas sobre a criação do filho ou sua aparência física, a edição coloca a resposta real e agressiva e, na sequência, a resposta social, que todos querem ouvir.
Os personagens propositalmente não têm nomes, são simplesmente Mãe, Pai e Filho, o que mostra a perda da identidade própria depois da chegada do rebento.
O título em português não é tão apelativo quanto o original inglês (Nightbitch, algo como Cadela Noturna), mas é suficientemente claro para demonstrar a bizarra sensação de metamorfose física e mental que invade a Mãe após o nascimento da criança.
Amy Adams escolhe muito bem seus papéis. Veja-se, por exemplo, A Chegada e Animais Noturnos. Nesta obra não é diferente. A Mãe interpretada por ela preenche quase que integralmente a hora e meia de duração do filme, sem parecer cansativa e monótona.
Não é um filme para todos os paladares. Pode parecer meio amargo, mas com a pitada certa de uma perspectiva diferenciada, o gosto se adocica.
Canina estreou semana passada no Disney +.
Veja o trailer oficial:
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