Patrocínio Paulista registrou 172 casos de furtos e dez de roubos em 2024, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP). No caso dos furtos, houve uma queda de 4% em relação a 2023, quando foram registrados 179, entre furtos comuns e de veículos. O número de 2023 também é menor do que o de 2022, quando a polícia registrou 183 casos (Veja quadro).
Já em relação a roubos, houve um ligeiro aumento, principalmente em relação a veículos. Enquanto os roubos comuns tiveram aumento de um caso, passando de cinco em 2023 para seis em 2024, o de veículos passou de um para quatro. Os dados dos dois anos, no entanto, apresentam uma queda significativa em relação ao registrado em 2022, quando foram nove veículos roubados e registrados oito roubos de outros objetos.
O maior aumento nos registros de ocorrências na cidade é referente a lesão corporal dolosa (com intenção de cometer o crime), geralmente motivado por brigas. Neste caso, os números passaram de 48 em 2022 para 67 em 2023 e 68 no ano passado. Em relação a homicídios, foram dois casos registrados em 2023, dois no ano passado e uma tentativa em cada um dos dois anos.
Sargento Facuri, da Polícia Militar, ressalta a queda dos indicadores criminais de 2022 para cá. Segundo ele, o que ajudou bastante foi o monitoramento por câmeras e a atividade delegada, parceria entre a PM e a Prefeitura. “Os indicadores criminais de Patrocínio Paulista só vem caindo. Uma das coisas que ajudou muito a cair o monitoramento e a atividade delegada, que roda em horários mais propícios de crimes acontecer. Acho que a redução dos indicadores é graças a essas ferramentas e ao próprio trabalho dos municípios.”
O policial pontua também a ação conjunta de várias instituições. “A união entre as instituições: Polícia Militar, Polícia Civil, Judiciário, Conselho Tutelar, Prefeitura, Câmara. Essa união traz frutos positivos na redução de indicadores criminais do município.” Essa atuação conjunta foi responsável pelo desmantelamento de grupos criminosos no município, segundo o sargento. “Nós desencadeamos também muitas operações contra o crime de tráfico, associação e organização criminosa, que culminou na prisão de muitos criminosos do município.”
O delegado Alan Lopes pontua casos que tiveram a atuação da Polícia Civil. “A Delegacia de Polícia de Patrocínio Paulista em seu balanço junto ao ano de 2024, revelou um trabalho intenso e focado no combate à criminalidade na cidade e região. Eu estive respondendo pela unidade de janeiro a outubro e me recordo que a Delegacia realizou diversas operações ao longo do ano, com destaque para a captura de três homens procurados, a prisão de duas pessoas por tráfico de drogas e associação ao tráfico na região e uma operação que resultou na prisão de vários acusados identificados como autores de roubos na zona rural da região.”
Ele cita ainda a conclusão de processos cujas investigações foram realizadas em anos anteriores, que foi responsável pela prisão de criminosos, também ressaltando a parceria com os outros órgãos, como positivos para os índices do ano passado. “Decorrente de um trabalho de investigação e operação realizada no ano anterior, a Justiça local condenou uma família envolvida em crime organizado e tráfico de drogas em Patrocínio Paulista. Mais recentemente a Polícia Civil apreendeu um veículo utilizado por suspeitos de assaltar uma clínica odontológica, sendo que os autores foram identificados. O balanço de 2024 da Delegacia de Polícia de Patrocínio Paulista demonstra um trabalho árduo e constante no combate à criminalidade na região sempre em conjunto com a Polícia Militar e Ministério Público. As diversas operações realizadas, prisões efetuadas e apreensões de veículos e drogas revelam o compromisso da Polícia Civil em garantir a segurança da população”, citando que outras operações já estão previstas para este ano.
O promotor de Justiça Túlio Vinicius Rosa também fala sobre a parceria, ressaltando que as instituições de completam. “Acho essencial. Não tem como combater o crime na forma de ilhas. As instituições têm déficit de servidores, de equipamentos. Todos nós passamos por um problema estrutural grave. A gente consegue suprir esse déficit através dessas interações conjuntas e criativa das instituições.”
Ele diz ainda que o número de moradores registrados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), segundo o promotor, afeta a questão da segurança pública, uma vez que vem menos recursos para a cidade. “Nossa quantidade aponta pelo IBGE não corresponde à verdade. A gente tem muito mais do que 14 mil habitantes. Um dos motivos dessa minha cruzada contra condomínios irregulares é trazer em lume essa população oculta para efetivamente a gente ter verbas do Fundo de Participação dos Municípios que seja condizente com a população. Isso prejudica nossa estrutura de combate ao crime também.” Túlio cita ainda a proximidade de Franca e a falta de profissionais titulares que permaneçam no município por muito tempo como situações que dificultam ações contra o crime. “Quando você, ainda que seja de fora, mas você vem pra ficar no município, você sabe que tudo que acontece, de certa forma, passa por sua responsabilidade e você se apaixona pelas causas do município e você quer o melhor para ele.”
O promotor ressalta, no entanto, que os números das estatísticas não refletem necessariamente a realidade do município, principalmente porque alguns crimes não são registrados. “Os números não refletem necessariamente a realidade da cidade. Existem alguns crimes que transitam na clandestinidade, por assim dizer. Estupro de vulnerável, por exemplo, historicamente é um delito muito pouco noticiado, porque ele acontece no seio da família, nos lares. O que nós temos percebido é um trabalho muito importante feito pela assistência social, junto com o Conselho Tutelar e do Ministério Público no sentido de desvelar esses delitos subterrâneos.”
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