A Secretaria de Saúde de Patrocínio Paulista registrou 2.668 faltas em consultas e exames marcados para pacientes do sistema público de saúde do município nos dois primeiros meses do ano. O número representa 16,5% do total dos 16.162 agendamentos. Para o cálculo foram considerados as consultas eletivas do Centro de Especialidades, das unidades de Estratégia de Saúde da Família (ESF) e exames como mamografia, Raio X e cardiograma, entre outros.
Segundo a secretária de Saúde, Fabiana Figueiredo, isso acarreta problemas para o próprio paciente e para o Poder Público, que acaba tendo que gastar mais devido ao agravamento do quadro do paciente. “Na atenção básica, a gente perde muito, porque um exame e uma consulta perdida dificulta fechar o diagnóstico de doença. A pessoa pode piorar o quadro clínico que ela está hoje e isso vai aumentando essa necessidade, porque acaba que um tratamento que poderia ser um exame básico tem que aumentar para um exame de alta complexidade. Isso vai encarecendo também.”
Entre os ESFs, a unidade que conta com o maior percentual de falta é o da Nova Sapucaí, com 24,25% de faltas em janeiro e 23% em fevereiro. Já o Centro é o que conta com menos ausências, 4,54% e 5,7%, respectivamente. No caso do Nova Sapucaí, foram 1.019 agendamentos e 242 faltas. Já o ESF do Centro teve 1.225 agendamentos, sendo que desse total, 63 pacientes não apareceram. No Aroeira foram 920 agendamentos e 149 faltas. No Bandeirantes, 883 agendamentos foram realizados ante 200 faltas. No Rural foram 76 ausências em 716 agendamentos. Na unidade da Santa Cruz, entre as 1.234 consultas marcadas, 121 pacientes não compareceram.
Em relação ao Centro de Especialidades, o maior índice é em relação à Academia, em que as pessoas não foram em quase metade dos horários marcados, com 49% de faltas, seguido pelas consultas com nutricionista, que teve um percentual de 40%. Chama a atenção as faltas em pediatria, reclamação constante da população. No caso do atendimento das crianças, uma em cada três consultas marcadas não tiveram pacientes. Foram 156 atendimentos agendados, sendo que em 46 deles os pais não apareceram com os pacientes.
A ausência dos pacientes acaba por contribuir para essa reclamação de dificuldade de atendimento por parte da população, já que outra pessoa poderia estar sendo atendida. “Você toma a vez de um paciente e talvez o paciente que está atrás de você, ele tem uma necessidade maior e você, por estar lá aguardando a mais tempo, tem prioridade na fila. De acordo com a fila é feita as avaliações e encaminhado. Você tira a vez do outro, da outra pessoa que está ali e tem a mesma necessidade de você”, diz a secretária.
Quando se analisa os exames agendados, 22% não foram realizados porque os pacientes não apareceram, com destaque para endoscopia e mamografia, que registraram a ausência em 35,7% e 34%, respectivamente. Ao todo, foram 1.420 exames agendados, com 311 faltas.
Fabiana ressalta que falta conscientização de que, ao faltar a uma consulta, a pessoa está atrapalhando quem precisa de atendimento e, em última análise, a própria pessoa, já que ela vai ter que ser atendida novamente. “Vai sobrecarregar o sistema de saúde porque os pacientes precisam realizar novos exames. Então, automaticamente, a pessoa não vai, ela deixa que outro paciente (seja atendido), mas ela volta para o final da fila. A falta de comprometimento é muito grande e isso vai acarretar para o próximo. Então, acho que tem que ter um pouco de consciência, fora o custo de tudo isso. Tem exames que compramos. E são exames caros, de alta complexidade. A pessoa tem que ter consciência para ver o bem do próximo e dele mesmo, porque se pediu o exame é porque realmente precisa. Não é aleatoriamente.”
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