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“Um Lugar Silencioso: Dia Um”: construção de uma amizade em meio ao fim do mundo

Deixando de lado a catástrofe, filme foca no relacionamento pessoal

26/03/2025 09h09
Por: Rogério Peterossi
“Um Lugar Silencioso: Dia Um”: construção de uma amizade em meio ao fim do mundo

Estreou na Netflix a terceira parte de Um Lugar Silencioso, franquia de sucesso que mostra um futuro apocalíptico depois da invasão de seres extraterrestres.

Rememorando, nos dois primeiros capítulos somos apresentados à família Abbott, vivendo em um ambiente surreal, onde o planeta Terra foi invadido por criaturas sanguinárias que se movem por meio do som. Elas são cegas, mas seu sistema auditivo é extremamente aguçado e o mínimo sinal sonoro as atrai para um ataque mortal.

Agora, nesta terceira parte, na verdade, como o próprio título diz, nos é mostrado o início da invasão, como tudo começou.

Não por acaso, o lugar escolhido como o nascedouro da invasão foi Nova York, a cidade mais barulhenta do mundo.

Deixando de lado o suspense característico do primeiro filme, Dia Um foca mais nas relações humanas.

A protagonista Sam é uma paciente terminal que vive em uma clínica de repouso, em cuidados paliativos, aguardando a chegada do pior. Durante um passeio ao teatro, juntamente com os demais pacientes, a catástrofe começa.

Depois de alguns momentos, descobre-se que os seres invasores não se dão bem em ambiente aquático e a única alternativa de fuga é enviar o maior número possível de pessoas para a proteção em ilhas, fato que foi desenvolvido no segundo filme da série.

O paradoxo psicológico de Sam, que aguarda seu fim natural ao mesmo tempo que pode vê-lo antecipado com um simples grito, é muito bem mostrado pelo competente roteiro e pela sensível atuação de Lupita Nyong’o, que ao lado de seu gatinho de apoio Frodo, desenvolve uma improvável amizade com outro sobrevivente e ambos lutam com unhas, dentes e a boca fechada para manter-se vivos.

É comovente como o rapaz se afeiçoa gratuitamente pelo drama de Sam e, mesmo sabendo da sua luta contra a doença que a acomete, procura todos os meios para apaziguar seus momentos finais.

Essa virada na temática da franquia, do terror para o drama, é a grande responsável pela manutenção do interesse em assistir mais uma parte de um filme catástrofe, que, ao invés de mostrar mais do mesmo, teve coragem de virar a chave e realçar uma tragédia pessoal em meio a uma tragédia mundial.

 

Confira o trailer: 

1 comentário
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LucrécioHá 1 mês Belo HorizonteRomantizaram bastante um filme péssimo. Os outros dois filmes foram excelentes, mas esse... Em meio ao caos, o cara fica o tempo todo se arriscando para fazer os gostos da moça, pra salvar seu gatinho, pra levar ela pra comer pizza, o que não tem sentido nenhum em situações de sobrevivência. Essa tentativa forçada de relações humanas acabou com uma obra que poderia ser boa.
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Sobre Rogério Peterossi
Rogério Peterossi, patrocinense acolhido por Araraquara, filho de José Eimard de Andrade Freitas e Nilda Peterossi, funcionário público, apaixonado por filmes, que gosta de comentar sobre tudo o que assiste.
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