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“Revelações”: fé e culpa se misturam neste suspense coreano

Até que ponto a fé pode ser inabalável?

02/04/2025 10h39
Por: Rogério Peterossi
“Revelações”: fé e culpa se misturam neste suspense coreano

Não é de hoje que a Coreia do Sul vem chamando a atenção no aspecto cultural. Música e dança vem conquistando jovens e adolescentes ao redor do mundo. Especificamente nas artes cinematográficas, depois do sucesso de público mundial da série Round 6 e da saraivada de prêmios conquistada por Parasita, os olhos de todos se viraram para esse novo universo artístico.

Apesar das séries juvenis românticas, popularmente conhecidas no Brasil como “doramas”, eu prefiro a vertente das obras de terror e suspense que vêm do oriente.

É este o caso de Revelações, um interessante suspense adicionado na última semana ao catálogo da Netflix.

Conhecemos os dois protagonistas durante uma tarde chuvosa em uma cidade do interior da Coreia: um pastor de uma igreja cristã, em descompasso interior após descobrir a traição de sua esposa e lutando para angariar novos fiéis para seu culto, e uma policial enlutada pela perda da irmã, que a atormenta em visões post mortem, após não conseguir desvendar o autor de seu sequestro a tempo.

O caminho dos dois se cruzam quando o sequestrador da irmã da policial sai da cadeia em liberdade condicional, aparece na igreja do pastor e uma garotinha frequentadora do culto religioso é subtraída, fazendo os holofotes serem direcionados novamente para o antigo criminoso.

O drama pessoal dos dois personagens principais é mostrado em paralelo. Quando o bandido desaparece misteriosamente, as suspeitas da astuta policial caem sobre o religioso local. Este trio de atores entrega atuações acima da média, dignas do status de astros que possuem em seu país natal.

Movido pela fé cega, o ministro religioso crê que todas suas atitudes, para o bem ou para mal, são desígnios divinos, que lhe são mostrados por fatos aparentemente triviais, mas que ele enxerga como revelações supremas de como agir.

Seu contraponto é justamente a descrença da detetive, atingida pelo sentimento de culpa pela morte da irmã a ponto de seguir o antigo malfeitor pelas ruas, torcendo para que ele pise na bola novamente e tenha motivo para levá-lo novamente para o cárcere.

Alguns dilemas morais seguem sacerdote e policial durante seus trajetos e a solução adotada depende unicamente de suas crenças, ou da falta delas.

Quem ainda não se entregou ao cinema oriental, sugiro que o faça em breve e um bom ponto de partida é este filme, com uma estória enxuta e impactante, que aborda o fanatismo religioso e suas consequências de maneira sutil e sem sensacionalismo.

Assista ao trailer:

 

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Sobre Rogério Peterossi
Rogério Peterossi, patrocinense acolhido por Araraquara, filho de José Eimard de Andrade Freitas e Nilda Peterossi, funcionário público, apaixonado por filmes, que gosta de comentar sobre tudo o que assiste.
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