“Robô Selvagem”: natureza e tecnologia se unem em uma comovente aventura

Roz é uma simpática robozinha de atividades domésticas que acaba perdida em uma ilha sem nenhum habitante humano, mas cheia de animais selvagens. Obviamente deslocada em um ambiente para o qual não foi programada para “viver”, ela se vê obrigada a se adaptar a este novo e inesperado local.

Programada por inteligência artificial para obedecer e cumprir tarefas domésticas, Roz procura seu amo e senhor para servir, até se deparar com um filhote de ganso recém-saído do ovo, que, no mesmo ato, a identifica como sua mãe. Vendo uma oportunidade de se dar bem, a astuta raposa Fink cola nos dois novos amigos e se aproveita da situação, sob o pretexto de ajudar na missão de ensinar a pequena ave a comer, nadar e voar.

Essa estorinha aparentemente simples poderia ser desenvolvida em qualquer produção infantil, com animais atrapalhados e piadinhas sem graça.

Mas, nas mãos da competente equipe de animação da produtora DreamWorks, capitaneada pelo diretor Chris Sanders, de Como Treinar Seu Dragão, se transforma em uma competente obra de ação, com pitadas dramáticas e um humor inteligente, que explora o inevitável contraste entre a tecnologia e a natureza.

Presas e predadores não vivem em perfeita harmonia. A natureza é mostrada como ela é. A perda de um filhote pela mamãe gambá é vista com naturalidade e parte de um sistema maior e equilibrado.

Não há mocinhos ou vilões, mas todos naquela isolada ilha são afetados pela chegada surpresa daquele “monstro” que abalou a tranquilidade do ecossistema.

A adaptação de Roz a seu novo habitat somente será abalada com o chamado automático de seu sistema de funcionamento, que reconheceu um defeito de fabricação e convocou seu fabricante para um resgate compulsório e perigoso, do qual nossa robozinha fará de tudo para se desvencilhar.

Visualmente impecável, Robô Selvagem diverte as crianças, com seus deliciosos personagens, ao mesmo tempo que cativa os adultos com um sentimentalismo e carga dramática que traz reflexões sobre esse embate entre natureza e tecnologia.

Já pode chamar de obra prima?

Confira o tralier: