Não, não é uma comédia pastelão que narra a briga dos netos pela fortuna de uma velhinha indefesa, como pode fazer crer o título do filme.
Apesar de possuir alguns toques de humor, a obra mostra com uma grandeza ímpar os delicados relacionamentos dos idosos e seus familiares mais próximos.
Depois de conhecer a experiência de uma prima, que tornou-se a herdeira mais agraciada pelo testamento de seu avô após cuidar de sua saúde nos últimos dias de sua vida, um jovem conhecido como M. se muda para a casa de sua avó depois dela ser diagnosticada com um câncer terminal, com o principal de objetivo de se tornar o número um da escala de filhos e netos e, com isso, receber como herança a casa da idosa depois de seu passamento.
Produzido na Tailândia, cujo universo cinematográfico é mais conhecido pelos filmes de terror, foi um sucesso de público e crítica ao mostrar o difícil momento no qual a família deve decidir quem será o responsável pelos cuidados do idoso solitário e doente.
Com intuitos claramente gananciosos, o neto deixa seus estudos e passa a residir com sua avózinha, uma idosa independente, que ainda ganha seu dinheiro com a venda ambulante de uma sopa típica local e aguarda ansiosa pela chegada dos domingos, quando passa por raros momentos de felicidade com a reunião de toda a família ao redor da mesa no almoço.
Para acompanhar os acontecimentos posteriores, deixem de lado uma caixinha de lenços e se preparem para assistir momentos prazerosos, dramáticos, tristes, sensíveis e, porque não, até cômicos.
Interessante também conhecer os diferenciados costumes locais no que se refere aos aspectos religiosos e como os orientais tratam os mortos. Os cemitérios são locais de festas e comemorações, com a realização de verdadeiros piqueniques como forma de honrar seus antepassados.
A atriz que interpreta a avó é espetacular. Mescla momentos de rabugice e indiferença com olhares que expressam sua tristeza e decepção quando descobre a real finalidade da colaboração de seu neto.
Durante os créditos finais só conseguia me lembrar de uma frase que li certa vez: como é triste quando as portas da casa dos avós se fecham.
Assista ao trailer:
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