Esta região, muitos antes de nascer a paróquia Nossa Senhora do Patrocínio que este ano, de 2025, completa 150 anos, viu o povoado nascer no século XIX ocupando o que antes pertencia aos povos originários. Recordo de minha avó materna, Maria Eulina de Freitas, contando sobre os indígenas caiapós que a mãe dela conheceu morando nesta região. Uma história longa, pois sempre esquecemos que esta terra tinha dono antes da chegada dos portugueses.
A ocupação das terras permitiu com que, aos poucos, ocorresse a instalação de uma comunidade pequena, rural, com uma vida muito simples, o que era comum na região.
Esse modo de vida, conhecido como cultura caipira, faz parte do nosso DNA, que muitas pessoas têm vergonha e desconhecem como é de fato ser “caipira”. Não tem nada a ver com morar no interior como muitas pessoas pensam. Ser caipira está na origem do paulista e de outras pessoas de maneira geral. A Paulistânia era uma área grande que ia de São Paulo a Mato Grosso, passando por uma parte de Minas, Goiás, Paraná, Rio de Janeiro até o Espírito Santo. Isso durou desde a entrada dos portugueses até o começo do século XVIII, quando as regiões de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso foram ocupados de forma intensa.
A palavra caipira vem de origem indígena e para Antônio Cândido, o caipira é um dos tipos do homem rural brasileiro, radicado depois na cidade, com identidade muito marcada pela construção histórica de sua origem. Segundo o pesquisador, muitas vezes usamos a palavra caipira de forma pejorativa, para designar qualquer pessoa de cultura rústica, afirmando que ela não tem hábitos civilizados. Os nomes atribuídos a cultura do caipira são os mais variados possíveis como: “camponês”, “caboclo”, “caipira”, “roceiro”, “sertanejo”, “capiau”, “matuto”, “acanhado”, alguém que era considerado sem trato na cidade.
Este homem é fruto da ocupação do interior do Brasil, uma mistura de povos indígenas com o português. Tirava seu sustento da agricultura de subsistência, uma combinação das duas culturas, plantando mandioca, milho, feijão, hortas com as couves, frutas cítricas, criando animais domésticos como o porco e a galinha e algum gado. Uma vida que mesclava muito do português com traços da cultura, principalmente da alimentação indígena.
Partindo da definição do autor Antônio Candido, somos herdeiros da cultura caipira, de quem fez parte séculos atrás, da ocupação das terras que também deram origem ao município de Patrocínio Paulista.
E hoje? será que ela ainda está presente entre nós? Você se identifica como um patrocinense herdeiro desta cultura caipira? Sou uma legitima patrocinense em cujo sangue esta presente a cultura caipira.
Aguarde! O próximo artigo aprofundará mais o tema em questão
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