Imagina como seria uma conversar com Stephen Hawking. Não sobre buracos negros ou o tempo, mas sobre esse admirável (ou aterrorizador?) mundo diferente em que os robôs estão cada vez mais espertos. O que ele diria, por exemplo, sobre a criançada programando robôs nas escolas, ou sobre algoritmos decidindo o que você vai assistir antes mesmo de você saber? Talvez ele repetisse uma de suas frases mais inquietantes: “O sucesso na criação da inteligência artificial pode ser o maior evento da história da nossa civilização. Ou o pior. Ainda não sabemos.”
Não é exagero. É um alerta. E, no fundo, também um desafio: como fazer da tecnologia uma aliada da humanidade e não o contrário? Hoje, a inteligência artificial está em tudo — nos hospitais, nos aplicativos, nos comércios.... Parece mágica, mas a magia, como bem sabemos, pode ser perigosa nas mãos erradas.
A questão é: estamos educando as novas gerações para serem apenas usuárias encantadas dessa tecnologia ou protagonistas conscientes de sua criação e uso? Porque não basta saber montar um robô que repete tarefas. É preciso entender por que ele repete, como isso afeta a vida de alguém e quem pode estar ficando para trás nessa corrida digital. Hawking — que viveu boa parte da vida em diálogo com as máquinas — sabia disso como poucos. E talvez por isso tenha insistido tanto na ética, na ciência, na curiosidade como caminhos para um futuro menos apocalíptico.
Vejo nas escolas uma oportunidade: transformar aulas de robótica em espaço de pensamento crítico, onde se fala de algoritmos, sim, mas também de justiça social, de inclusão, de responsabilidade. Afinal, formar engenheiros é importante, mas formar cidadãos é urgente.
Voltando a se falar de Hawking — ele era aquele homem que dependia de uma tecnologia para se comunicar, mas que usava sua voz sintetizada para falar sobre empatia, humanidade, limites. A tecnologia, no seu caso, não era luxo. Era vida. Talvez por isso ele acreditasse tanto que ela deve servir à dignidade, não ao lucro ou ao controle. No fim das contas, a pergunta não é se os robôs vão dominar o mundo, mas se nós vamos deixar que o mundo seja dominado pela falta de consciência. A inteligência artificial ainda pode ser nossa grande aliada. Mas, como Hawking alertou, só será assim se formos tão inteligentes quanto ela — e, quem sabe, até um pouco mais humanos.
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Stephen Hawking (1942-2018) foi um físico teórico britânico nascido em 8 de Janeiro de 1942, em Oxford, exatamente 300 anos após a morte do físico italiano Galileu Galilei. Hawking tornou-se um dos maiores cientistas de todos os tempos e foi o responsável por grande parte das maiores descobertas relacionadas à astrofísica moderna.
Hawking era portador de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), também conhecida como doença de Lou Gehrig, uma doença neurológica e degenerativa que atinge os neurônios motores, promovendo a atrofia dos músculos. Apesar dos efeitos degenerativos, a doença não afeta a capacidade cognitiva dos portadores. ELA é uma doença sem cura, e o tratamento visa a melhorar a qualidade de vida daqueles que a possuem.
Fonte: Brasil Escola
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