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“Mickey 17”: diretor de “Parasita” retorna com nova crítica à sociedade

Bong Joon-ho abusa da acidez nesta comédia futurista

31/05/2025 11h23
Por: Rogério Peterossi
“Mickey 17”: diretor de “Parasita” retorna com nova crítica à sociedade

Para fugir de agiotas que o perseguem, Mickey se candidata a uma vaga para participar de uma missão colonizadora em um planeta distante. Para ter certeza que será escolhido, opta pela função menos concorrida, de “Descartável”. O que ele não imaginava é que, neste emprego, faria parte de testes perigosos, pois toda vez que ele morria, uma nova versão sua era imediatamente reimpressa em laboratório, com suas memórias reimplantadas.

Conformado, se submete a tudo que lhe pedem, sofrendo com envenenamento, mutilações, congelamento, até que o clone n. 17 é abandonado no planeta colonizado na companhia dos habitantes locais, uma espécie de vermes gigantescos, para ser devorado. Para sua surpresa, as criaturas se mostram amistosas e o salvam da situação penosa, fazendo com que consiga retornar à nave-mãe.

Lá, descobre que sua décima oitava versão já havia sido impressa e o convívio das duas era proibido. A pena cominada seria o extermínio de ambos.

Pronto, está armada a confusão e, em um repentino senso de auto-sobrevivência, ambos se unem para lutar por suas vidas.

Em sua primeira obra após Parasita, o diretor e roteirista coreano Bong Joon-ho retorna com uma comédia futurista, com um humor ácido e mordaz, mas sem deixar de lado sua marca: uma competente crítica social na batalha entre ricos e pobres, súditos e governantes.

Robert Pattinson, o ex-vampiro adolescente de Crepúsculo, consegue imprimir (sem trocadilho) em Mickey duas personalidades diferentes nas versões 17 e 18, de maneira que, mesmo separados, conseguimos identificá-los. Inclusive, é perceptível que ele consegue dar sotaques diferentes para cada uma.

Mas o verdadeiro destaque na atuação vai para o casal de chefões da missão, interpretados por Mark Ruffalo (o Hulk) e Toni Collette, de Hereditário, em atuações caricatas, sem beirar o ridículo. Ele, um comandante autoritário, que pretende preencher o novo planeta com a raça superior branca (já ouvimos isso antes…), mas submisso a sua esposa, cuja maior preocupação é encontrar ingredientes para um molho que possa abrandar o gosto das rações alimentícias que são servidas na nave.

Disponível na HBO Max, é uma comédia futurista, com um humor não-escrachado, mas sutil e inteligente.

 

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Sobre Rogério Peterossi
Rogério Peterossi, patrocinense acolhido por Araraquara, filho de José Eimard de Andrade Freitas e Nilda Peterossi, funcionário público, apaixonado por filmes, que gosta de comentar sobre tudo o que assiste.
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