Em entrevista ao O FATO, Walérica Ribeiro, esposa de Luizinho da Lenha (PRD), afirma que o marido não sabia da idade da adolescente que o acusa de favorecimento à prostituição. Ela comenta ainda como ficou sabendo da prisão do vereador, reforça que acredita que se trata de uma armação e fala sobre as expectativas do que vai acontecer. Confira a entrevista abaixo:
O Fato - Como é que você avalia tudo isso que está acontecendo?
Walérica Ribeiro - Olha, é uma coisa que a gente não espera, né? Mas tem coisa que chega na vida da gente, a gente acaba tendo que digerir a situação e tentar resolver da melhor forma.
O Fato - E como é que você recebeu a notícia no dia?
Walérica - Eu estava em Franca, era próximo do Dia das Mães. Eu tinha ido comprar um presente pra minha sogra e pra minha mãe. De repente meu telefone tocou, uma ligação no WhatsApp. Eu não conhecia e geralmente eu não costumo atender número desconhecido. Não atendi. Aí começou a insistir demais. Falei “pode ser algum funcionário”. Atendi a ligação e estava muito ruim, mas eu reconheci a voz, aí falei “de repente essa pessoa (namorado da adolescente) tá trabalhando com o Luís e eu não estou sabendo, pode ser que aconteceu alguma coisa, eu vou retornar a ligação”. Aí nisso, ele escreveu “Valéria”, porque ele nem me chama de Walérica, ele me chama de Valéria. Falou “Valéria, atende, que é urgente”.
Eu falei “eu não tô tendo como atender, porque eu atendo e não tô conseguindo te ouvir”. Aí retornei a ligação e foi onde ele me passou “tá acontecendo isso e isso. O Luizinho, vai ser preso, ou melhor, ele já tá preso”. Eu falei “mas o que aconteceu aonde?” Ele falou que era em Franca. “Ele estava mexendo com a minha mulher e a minha mulher gravou umas coisas, trouxe na delegacia, e ele foi preso.” Aí eu falei “mas onde é?”. Ele me mandou localização, eu não estava conseguindo localizar, ele me esperou na avenida. Então, assim, já estava tudo meio que articulado, porque ele já tinha pego meu telefone com os nossos outros funcionários, já tinha ligado para um funcionário e falando “Ó fica esperto. Aí que daqui a pouco tem novidade na cidade”.
O Fato - E como foi receber essa notícia?
Walérica - Eu fiquei estarrecida porque é uma coisa que a gente não espera. Aí eu fui para a delegacia. Estava com minhas netas e a babá. Eu não podia ir com elas pra delegacia. Chamei um amigo meu, Uber, falei o lugar que eu ia deixar elas, deixei em um lugar próximo de uma avenida, ele passou, pegou elas e levou pra minha filha. Só que nisso já estava em todas as rádios, já tinha passado até no jornal.
O Fato - A argumentação de vocês é que isso foi armado, né?
Walérica - Sim, eu falo que a armação foi feita a partir do momento que ela começa a pedir as coisas. Naquela questão que ela fala que ele mandou mensagem e apagou. Se é a minha filha, eu agiria de outra forma. Eu não incentivaria minha filha a cutucar, a ficar mandando mensagem. Porque eu sou mulher e sei como que funciona. E se a menina é de menor, quem teria que ter entrado na conversa era mãe. “Oh, fulano, a minha filha é menor.” Só que, em momento algum, deixou transparecer que a menina era menor.
O Fato - Você acha que o Luizinho não sabia que ela era menor?
Walérica - Eu tenho certeza, eu não acho. E isso vai ser provado. Porque, como que você acha que uma pessoa é menor, se ela fala assim: “se você me ajudar, eu vou tirar uma carta”? Isso está na mão da delegada e vai pra mão da promotoria. Isso eu tô falando coisa que vai ser provado. Que menina menor dirige uma moto na nossa lei de hoje? Então, por aí você tira uma base. E eu tenho certeza que se ele soubesse que ela era menor, jamais teria conversado com ela. Foi igual eu já disse, em outra entrevista, o Luís é professor de tênis há mais de 30 anos. Ele já deu aula pra menino desde 5 anos até mulher de 50. Se fosse um costume dele, mexer com menina menor ou se atrever com menina menor, já teria saído outros casos.
O Fato - E como é que vocês acham que vai ser daqui pra frente?
Walérica - Está na mão da Justiça. O promotor pediu para retornar para delegada passar os áudios, pediu perícia dos aparelhos, porque até então ela (a delegada) não tinha feito perícia. Ela só tinha feito as transcrições dos áudios que chegou até a mão dela, porque teve áudios que foram apagados. Então, ela fez transcrição do que tinha na mão dela. O que que o promotor entendeu? “Oh, não tô entendendo isso aqui. Põe os áudios todos, faz a quebra de sigilo do celular e eu quero tudo num pen drive, em um CD. Aí já saiu a atualização do juiz. Então, vai ser feita a perícia e vai voltar pra mão do Ministério Público e ele vai avaliar.
O Fato - E em relação à situação do Luizinho, aqui na Câmara?
Walérica - Olha, desde o que o Luís falou pra mim que entraria para a vida política, eu falei pra ele que eu não aceitava. Eu não queria. Até porque nós não precisamos disso. Eu não preciso. Se alguém falar que ele precisa do dinheiro da Câmara, pra mim não faz a mínima diferença o que ele ganha lá. Até porque nós estamos bem estabilizados.
Agora é esperar a tramitação. A comissão que foi montada e eles vão julgar. Vão ter as provas. Ontem, o namorado da menina foi até a Câmara, chamou os vereadores, expôs o que aconteceu. Eu não sei detalhes, mas pelo que o pouco que eu estou sabendo, é que ele foi lá e falou a verdade, que realmente o Luís é inocente em relação à idade da menina.
O Fato - Tem mais algum ponto que você queira ressaltar?
Walérica - Um outro ponto que eu quero ressaltar é em questão de a mãe falar que a filha não está frequentando a escola devido ao problema. Isso é mentira. Se existir Justiça, deveria ser investigada a partir de quando essa menina não frequenta a escola. Porque, pelos áudios que chegaram até mim, a mãe fala que a filha já não estava estudando e que já iria fazer um tratamento psicológico. Porque ela era agredida na escola devido à beleza dela. Eu vou ser sincera, eu vi a menina na porta da delegacia, eu nem me lembro muito do rosto dela, mas ela não é nem uma miss pra falar “minha filha é linda, que ela é hostilizada”. Se fosse um Patrocínio Paulista, nós temos uma escola estadual só. Eu falaria, coitada, ela não tem condição de se locomover para outro lugar para estudar, mas Franca tem inúmeras escolas.
A minha filha sofreu bullying, meus filhos sofreram um bullying na escola. Eu ensinei os meus filhos a se defenderem. Isso aí pra mim é mentira é mentira e vai ser provada. Essa historinha aí de vitimismo dela não vai rolar.
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